Quando pensamos em medidas de salvaguarda relacionadas à capoeira, não estamos pensando no risco de extinção dessa manifestação cultural, que se encontra efetivamente difundida e integrada a diversas outras instâncias culturais na sociedade brasileira. Estamos, isto sim, diante do desafio de preservar a ancestralidade e, sobretudo, a diversidade cultural que caracteriza suas tradições.
Nós capoeiristas, no Brasil e em todo mundo, somos na maioria, trabalhadores da construção, professores, estudantes, esposas, maridos, doutores, advogados, banqueiros, administradores, desempregados, músicos, artistas, etc.
Durante anos de minha trajetória na capoeira, grande parte dela foi dedicada ao segmento esportivo da Capoeira. Seja na criação de entidades; na presidência de federação e ligas ou mesmo realizando e participando de campeonatos e festivais de capoeira a nível nacional, estadual, regional e municipal.
Com a regulamentação da profissão de educador físico, logo no primeiro ano este sistema começou a perseguir capoeiristas em nosso estado (RJ), o que nos fez posicionar-se contra o Sistema Confef/Cref’s, inclusive por vias judiciais.
Talvez o tema da origem da capoeira seja o que mais suscite dúvidas e curiosidades nas mentes dos praticantes e dos pesquisadores da nossa arte-luta. Afinal, é natural que as explicações sobre os fatos, sejam eles históricos, sociais ou naturais, partam de sua origem, de seu surgimento.
Por Paulo Menezes
“Quando o rebanho se une,
o leão vai deitar com fome”.
Provérbio Africano
A violação dos direitos dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana...